Estilo Saúde

Dieta exige equilíbrio na busca por qualidade de vida

A nutricionista Nathália Cadaval Coutelle, do consultório Reeduca, alerta para os riscos das dietas malucas

Jerônimo Gonzalez -

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A chegada de agosto soou como um alerta para aqueles que desejam melhorar a forma até o verão. Neste sentido voltam à cena a atividade física e a preocupação com os alimentos ingeridos. Na procura por uma rápida perda de peso alguns optam por dietas que prometem milagres em pouco tempo. E para isto não faltam sugestões, basta dar uma rápida busca pelo Google que aparecem diferentes rankings das mais eficazes.

Mas há quem veja nestas novidades possíveis riscos à saúde, como a nutricionista Nathália Cadaval Coutelle, do consultório Reeduca - Nutrição para a vida. “A maioria delas nem tem comprovação científica”, alerta.

Segundo a nutricionista não existem milagres. O melhor meio de perder peso e com saúde é com a reeducação alimentar. “Somente a nutricionista pode fazer isto”, diz ao lembrar que o ideal é analisar a rotina da pessoa e adequar a orientação nutricional ao estilo de vida de cada um.

Nathália Coutelle ainda observa que antes de tomar qualquer medida extrema, deve-se procurar um profissional da área da saúde, que seja habilitado para este tipo de consultoria. E, juntos, devem construir uma dieta que seja adequada para as necessidades daquela pessoa.

Uma das dietas recentemente difundidas pela internet é a das frutas. Nela o cardápio indicado se alicerça no consumo de até três tipos de frutas durante um dia inteiro. Mas só pode ser feita durante dez dias.

Sobre este tipo de alimentação, a nutricionista diz que desconhecia, mas adverte que a fruta tem frutose, um carboidrato simples, que pode ser responsável pelo aumento dos índices de glicemia. “Algumas frutas têm mais fibras, mas e o resto dos nutrientes que o nosso corpo precisa?”, questiona a profissional.

Segundo a nutricionista, o organismo necessita também de fontes de nutrientes, como as gorduras, as proteínas, os minerais, as vitaminas, entre outros.

Só com acompanhamento médico
Mas uma ingestão excessiva de proteínas e gorduras, indicada por planos alimentares alicerçados nos conhecidos métodos criados pelos médicos Pierre Dukan e Robert Atkins, também não convencem a nutricionista. “Funciona porque as proteínas, juntamente com as gorduras, dão sensação de maior saciedade. Se não tem carboidrato, o nosso organismo vai entrar em um processo metabólico, que é a cetose, isto inibe a fome.”

O carboidrato também aumenta o nível calórico total do dia, segundo a nutricionista, e estas dietas estimulam uma redução drástica de diferentes tipos de alimentos que contêm carboidratos. Consequentemente, o número de calorias cai, resultando em um emagrecimento mais acelerado.

Entre as desvantagens ou efeitos colaterais que a nutricionista vê neste tipo de alimentação está um consequente cansaço. O desconforto vem da ausência do carboidrato, o combustível para o organismo. 

“A energia principal que temos é dos carboidratos, quando procuramos uma alimentação equilibrada sempre vamos ter uma fonte maior de carboidratos.” Nathália também percebe que pode haver carência de outros nutrientes e o reengorde. A nutricionista comenta que, pós dieta, a maioria das pessoas não consegue manter o peso ideal e acaba voltando a engordar.

Nathália lembra ainda que pode haver aumento de colesterol, para pessoas com predisposição genética, pois há mais gordura circulando no sangue. “Para se fazer uma dieta de gorduras e proteínas, no mínimo, tem que ter acompanhamento médico.”

A profissional também percebe uma dificuldade de adesão a dietas, como a de proteínas, pela a monotonia do cardápio. Dificilmente a pessoa vai conseguir ter uma grande variabilidade de preparações com apenas alimentos contendo proteínas, e isso enjoa, o que pode contribuir para o fim da dieta e a volta aos velhos hábitos. “E também, pela falta de fibra, uma consequência não rara é a constipação (ou a lentificação do trânsito intestinal), devido à falta do consumo de fibras.”

Mais gasto calórico
A profissional argumenta que para emagrecer é preciso calcular uma dieta onde a ingestão de calorias seja menor do que o gasto calórico diário. Neste caso, para se alcançar o objetivo é necessário redistribuir os nutrientes, para que se tenha quantidades adequadas deles em todas as refeições. “Tem que ter sim o carboidrato, as gorduras e os demais nutrientes. Numa distribuição proporcional, para o objetivo que a pessoa quiser. E é com o déficit calórico que vai se dar esse emagrecimento.”

Mas as regras não são tão matemáticas quanto parecem. “Não podemos pensar que se eu tirar 100 calorias vou perder 100 gramas, mas claro se eu consumir menos do que eu gastar eu vou perder peso. Provavelmente de forma mais lenta, porém mais eficaz”, diz.

Nestes casos a atividade física é um grande auxiliar. Além de ajudar a manter o corpo saudável, a prática de exercícios queima calorias.

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Sem jejum
Outra novidade que a nutricionista combate é a dieta com jejuns intermitentes. Ficar horas sem se alimentar não é considerado saudável, avalia Nathália Coutelle. Cansaço e irritabilidade podem ser transtornos observados neste caso.

Nathália chama a atenção para o fato de que alguns poderão achar que sem comer e fazendo exercícios irão queimar calorias mais rapidamente. Mas esta união de fatores pode causar uma hipoglicemia e, consequentemente, desmaios.

Esta também pode ser uma dieta fácil de ser “furada”, comenta Nathália Coutelle. “Em algum momento eu vou sentir necessidade de comer e fica mais fácil comer mais em uma refeição, do que se eu fracionar todo o dia. Tem que ser muito disciplinado para não sair do plano.”

Independentemente do tipo de dieta que a pessoa escolha, o grande problema, destaca a nutricionista, é o retorno aos velhos hábitos, assim que o peso desejado é atingido. “A proporção de ganho de peso às vezes é muito maior do que os quilos perdidos. Se não passam por uma reeducação alimentar, as pessoas vão voltar a comer as mesmas coisas que comiam antes.”

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